Equilíbrio entre segurança e garantias individuais.

Equilibrar a segurança pública com a garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos é um desafio constante no Brasil. A implementação de políticas eficazes de segurança não deve comprometer as liberdades individuais, exigindo um equilíbrio delicado entre proteção coletiva e respeito aos direitos humanos.
Dados Recentes sobre Letalidade Policial
Em 2023, o Brasil registrou uma média alarmante de 17 mortes diárias resultantes de intervenções policiais, totalizando mais de 6 mil óbitos no ano. Dessas vítimas, aproximadamente 80% eram negras, e ao menos 70% eram adolescentes ou jovens. Esses números evidenciam a necessidade urgente de revisar as práticas de segurança pública para prevenir a violência excessiva e discriminação racial.
Percepção Pública das Forças de Segurança
A confiança da população nas forças policiais também é motivo de preocupação. Uma pesquisa revelou que 48,9% dos entrevistados confiam pouco na Polícia Militar, enquanto 15,5% afirmaram não ter nenhuma confiança. Em relação à Polícia Civil, os índices foram semelhantes: 47,7% confiam pouco, e 14,7% não confiam. Essa desconfiança pode ser atribuída a casos recorrentes de violência policial e abusos de autoridade.
Desafios na Implementação de Políticas de Segurança
A criação de políticas de segurança que respeitem as liberdades individuais enfrenta diversos obstáculos. Entre eles, destacam-se a persistência de práticas autoritárias herdadas de períodos anteriores e o despreparo de alguns agentes de segurança para lidar com situações complexas de maneira proporcional e respeitosa. Além disso, a falta de regulamentações claras sobre o uso de tecnologias de vigilância pode levar a violações de privacidade e outros direitos fundamentais.
Caminhos para o Equilíbrio
Para alcançar um equilíbrio entre segurança e garantias individuais, é fundamental:
- Revisar e Atualizar a Formação Policial: Incorporar disciplinas que enfatizem os direitos humanos, técnicas de mediação de conflitos e uso proporcional da força.
- Implementar Mecanismos de Controle Externo: Fortalecer ouvidorias e corregedorias independentes para monitorar e investigar abusos policiais de forma transparente.
- Estabelecer Regulamentações Claras para Tecnologias de Vigilância: Garantir que o uso de ferramentas como reconhecimento facial e monitoramento eletrônico respeite a privacidade e os direitos dos cidadãos.
- Promover o Diálogo entre Comunidade e Forças de Segurança: Fomentar iniciativas de policiamento comunitário que construam confiança mútua e colaboração na prevenção do crime.
A busca por segurança não deve ocorrer em detrimento das liberdades individuais. Políticas públicas bem estruturadas e fundamentadas no respeito aos direitos humanos são essenciais para construir uma sociedade mais justa e segura para todos.
Fontes
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