Autor: Jorge Aragão – 05 de novembro de 2014
836 acessos – Publicado no Jornal “A Tribuna”

Nossa análise no Jornal na mesma página e nosso comentário.

A afirmação de que “atirar contra a polícia é como atirar contra o Estado” reflete a gravidade dos confrontos entre criminosos e as forças de segurança, que se intensificaram em 2014. Essa frase, proferida por um policial que matou um ladrão ao tentar impedir um assalto, sintetiza a complexidade e a delicadeza do papel das polícias na manutenção da ordem pública. No entanto, o cenário atual revela uma inversão perversa de valores, em que criminosos tentam manipular a opinião pública, alegando que as polícias agem de forma violenta e desproporcional. Essa narrativa, muitas vezes disseminada por meio de contrainformação, busca deslegitimar a atuação policial e criar um clima de hostilidade entre a população e as instituições de segurança.
É importante destacar que os policiais são treinados para reagir em situações de risco, e sua atuação é guiada por protocolos de uso progressivo da força, doutrinas de segurança e o princípio da legítima defesa. Quando um criminoso parte para o ataque, atirando contra os agentes ou colocando a vida de terceiros em perigo, a reação policial não é apenas uma escolha, mas uma necessidade de sobrevivência. Um policial que não reage está sujeito a ser assassinado, e a culpa pela violência não pode recair sobre quem está cumprindo seu dever, mas sim sobre o criminoso que optou pelo confronto.
Dados levantados pela A Tribuna mostram que, apenas naquele ano, 18 criminosos foram mortos em confrontos com a polícia, enquanto um policial perdeu a vida no cumprimento do dever. Em pelo menos 11 desses casos, os bandidos foram mortos durante tentativas de assalto. Esses números evidenciam a violência extrema a que os policiais estão expostos diariamente e a necessidade de uma atuação firme e decisiva para proteger a sociedade.
No entanto, é fundamental refletir sobre o contexto mais amplo que leva a esses confrontos. A criminalidade não surge do nada; ela é alimentada por fatores como a desigualdade social, a falta de oportunidades, a ineficiência do sistema prisional e a fragilidade das políticas de ressocialização. Enquanto esses problemas não forem enfrentados de forma estrutural, os confrontos entre policiais e criminosos continuarão a ocorrer, e a população seguirá refém dessa guerra silenciosa.
Além disso, é preciso fortalecer a relação entre a polícia e a comunidade. A desconfiança mútua só beneficia os criminosos, que se aproveitam dessa divisão para agir impunemente. Programas de policiamento comunitário, transparência nas ações policiais e campanhas de conscientização podem ajudar a reconstruir essa confiança e criar um ambiente de cooperação.
Por fim, é essencial reconhecer que a segurança pública é uma responsabilidade de todos. Enquanto a sociedade não se unir para cobrar mudanças efetivas e apoiar as instituições de segurança, o ciclo de violência dificilmente será interrompido. Atirar contra a polícia não é apenas um ataque aos agentes de segurança, mas sim um ataque ao Estado e a todos os cidadãos que desejam viver em paz.
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