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Bandidos impedem taxistas de circular em 48 bairros

Uma analise do Especialista Jorge Aragão em 2014 sobre a crescente onda de assaltos a taxistas na Grande Vitória.

Autor: Jorge Aragão – 11 de agosto de 2014

792 acessos – Publicado no Jornal “A Tribuna”


Criminosos armados vigiam as entradas desses bairros da Grande Vitória, interceptando táxis para verificar quem está a bordo e seu destino.

“Fiquei com pena da moradora” – Apesar de não aceitar mais corridas para Central Carapina, na Serra, um taxista de 27 anos abriu mão dessa decisão por um dia, há um mês. “Arrisquei minha vida porque fiquei com pena da moradora. Eram 23h30, e ela, desesperada, contou ao telefone que seu pai estava doente. Ela havia ligado para vários taxistas, mas nenhum aceitou a corrida” (depoimento de um taxista).

Nota: Devido ao tempo, o link do vídeo não está mais disponível no canal de TV..

Durante nossa entrevista, fomos questionados sobre o que os taxistas devem fazer. Devido ao espaço limitado para análise, algumas observações importantes são listadas abaixo:

  1. Os taxistas registram ou registraram esses fatos/ocorrências junto ao sindicato de classe?
  2. O sindicato, munido dessas informações, procurou a Secretaria de Segurança para relatar esses riscos e locais com maior incidência?
  3. Esses fatos começaram recentemente ou já ocorrem há muitos anos?
  4. Por que o sindicato não procurou a polícia anteriormente para relatar essas informações e somente agora, em ano de eleição, decidiu contatar a imprensa?

Cabe aqui uma reflexão.

Complementando nossa análise:

É necessário que o sindicato também cumpra seu papel, buscando as autoridades competentes para registrar os fatos. Isso permitirá que o setor de inteligência colete mais informações e comprove as denúncias, visando a tomada de decisões por parte das polícias, com deslocamento de efetivos para patrulhamento em horários de maior risco. Dessa forma, realizarão um trabalho preventivo, afastando criminosos e efetuando prisões em flagrante, como nos casos relatados por taxistas, onde motoristas são obrigados a apagar os faróis e são revistados ao entrar nos bairros.

A segurança é um problema de todos, e a polícia depende de informações e denúncias para minimizar os riscos e realizar a prevenção. O Estado deve se fazer presente para oferecer uma sensação de segurança à população, colocando mais policiais nas ruas e visando um policiamento preventivo. É importante registrar que, no Espírito Santo, houve um abandono de mais de 30 anos em termos de planejamento e investimento em políticas públicas de segurança, enquanto a população triplicou ou quadruplicou. Infelizmente, nosso efetivo ainda é insuficiente para um trabalho mais efetivo de prevenção, comprometendo a sensação de segurança para a sociedade.

No entanto, é justo reconhecer que, nos últimos 4 anos, houve os maiores investimentos em segurança pública no Espírito Santo ao longo dos últimos 30 anos. Isso inclui a compra de novas viaturas, computadores, softwares de inteligência policial e análise de riscos, armamentos, câmeras de videomonitoramento e outros investimentos. Essas ações proporcionaram maior segurança aos policiais no exercício da profissão, além da reposição do efetivo com a contratação e treinamento de novos policiais, oferecendo uma melhoria nos serviços de segurança pública no estado.


(Matéria publicada no jornal ” A TRIBUNA” em 11/08/2014 – páginas: Capa, pag. 2 e 3)