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Brasil Receber o Presidente do Irã é uma Afronta à Democracia, ao Povo Brasileiro e à Aliança com Israel

A possível visita do presidente iraniano à Cúpula do BRICS no Brasil fere princípios históricos da diplomacia brasileira e afronta aliados estratégicos do Ocidente

Lula recebe carta de credenciais do novo embaixador do Irá no Brasil, Abdllah Nekounam Ghadirli no dia 24 de maio de 2024 – Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A possível visita do presidente iraniano à Cúpula do BRICS no Brasil fere princípios históricos da diplomacia brasileira e afronta aliados estratégicos do Ocidente

Por: Jorge Aragão – Reaction News, 27 de junho de 2025

A diplomacia brasileira sempre buscou equilíbrio, respeito aos valores democráticos e compromisso com a paz internacional. No entanto, a sinalização de que o novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, pode vir ao Brasil em julho para a 17ª Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro levanta sérias preocupações. O Irã, reconhecidamente aliado de grupos extremistas e autor de ataques diretos contra Israel, não é um parceiro comum. Receber seu líder em solo brasileiro vai além da diplomacia: é uma grave afronta ao povo brasileiro, à democracia e à nossa histórica relação com o Estado de Israel.


Afronta ao Povo Brasileiro

O povo brasileiro é majoritariamente defensor da paz, da liberdade e dos direitos humanos. Abrir as portas para um chefe de Estado cujo governo é reiteradamente acusado de repressão, censura, perseguições e financiamento de milícias armadas é desconsiderar os valores da nossa própria sociedade. A presença do presidente iraniano no Brasil, especialmente em um contexto global delicado, representa uma provocação inaceitável aos cidadãos que esperam de seus líderes posições firmes em defesa da justiça internacional.


Violação da Tradição Democrática Brasileira

Receber em território nacional um líder que apoia regimes totalitários, promove discursos de ódio e antagoniza abertamente países democráticos é um atentado simbólico à Constituição brasileira. Nosso compromisso com a democracia, os direitos civis e as liberdades fundamentais não pode ser relativizado por interesses diplomáticos temporários ou alianças geopolíticas de ocasião.

Além disso, ao permitir esse tipo de aproximação, o governo brasileiro arrisca deteriorar sua imagem perante nações comprometidas com a ordem internacional baseada em regras — como Estados Unidos, países europeus e mesmo membros históricos do BRICS que, apesar das diferenças, preservam diálogo com respeito à legalidade internacional.


Desrespeito à Aliança Histórica com Israel

Desde 1947, quando o Brasil teve papel decisivo na criação do Estado de Israel, mantemos laços diplomáticos e comerciais fortes com o povo israelense. Ignorar esse histórico em nome de uma agenda ideológica ou de aproximação com regimes que ameaçam a existência do Estado judeu é romper com mais de sete décadas de parceria sólida.

É preciso lembrar: o Irã celebra ataques ao povo de Israel como “tapas na cara do regime sionista”. Trazer esse discurso — ainda que indiretamente — para um palco diplomático sediado no Brasil é não apenas desrespeitoso, mas perigoso. O Brasil não pode ser conivente com essa retórica.


O que se espera do governo brasileiro

Diante da gravidade da situação, é fundamental que o governo brasileiro:

  • Reafirme seu compromisso com a democracia e os valores que regem a política externa do país;
  • Adote uma posição clara e respeitosa em relação a Israel, nosso parceiro histórico;
  • Reavalie a participação do Irã em encontros multilaterais sediados no Brasil, especialmente quando sua presença pode ameaçar o equilíbrio diplomático e os interesses estratégicos do país.

Nota do Editor

A diplomacia não deve ser cega, tampouco cúmplice. O Brasil, como nação democrática e pacífica, precisa fazer escolhas que honrem sua história, respeitem seus aliados e protejam seus cidadãos. A possível visita do presidente do Irã não pode ser tratada como um simples ato protocolar. É, sim, um teste à nossa coerência internacional, à nossa postura ética e à nossa responsabilidade histórica.

Se o silêncio de De Gaulle diante da pergunta de Dean Rusk ecoou como o “barulho da queda de um alfinete”, que a nossa reação não seja de silêncio — mas de firmeza, lucidez e soberania moral.