Por Jorge Aragão, Reaction News, 11 de março de 2025
Video Institucional do lançamento do Fuzil IA2 da Imbel
IMBEL e o Fuzil IA2: Uma Década de Orgulho e o Legado do Material Bélico Brasileiro
Quando penso na IMBEL, não vejo apenas uma fábrica de armas ou uma empresa estatal. Vejo os rostos dos engenheiros, dos soldados, das famílias que, como eu, dedicaram anos a um propósito maior: fortalecer a defesa do Brasil com nossas próprias mãos. Por mais de uma década, representei a Indústria de Material Bélico do Brasil no Espírito Santo, Rio de Janeiro e em estados onde não havia representante oficial, sempre por determinação da diretoria de mercado, uma instituição que carrega no peito o peso de 217 anos de história, desde a Real Fábrica de Pólvora de 1808 até os dias de hoje, subordinada ao Exército e vinculada ao Ministério da Defesa. E, entre tantas memórias, o lançamento do fuzil IA2, lá por volta de 2012, ainda me enche de orgulho — um marco que mostrou ao mundo o que somos capazes de fazer. O Primeiro Lote do Fuzil IA2 em calibre 556 foi vendido com muito orgulho por minha empresa a Blue Rock para a Policia Militar do Espirito Santo, que foi a pioneira em utilizar esse maravilhoso fuzil de combate no emprego contra a criminalidade no ES.
O material bélico no Brasil sempre foi mais que metal e pólvora — é um símbolo de soberania. Durante meus anos na IMBEL, vi de perto como cada fuzil, cada munição, carregava a missão de proteger nossa gente e nossas fronteiras. A IMBEL não é só sobre produção; é sobre garantir que o Exército Brasileiro tenha em mãos ferramentas confiáveis, feitas por brasileiros, para brasileiros. E o IA2 foi o ápice disso. Substituto do venerável FAL 7,62mm, ele nasceu da necessidade de modernizar nossas forças, trazendo um design leve, versátil e, acima de tudo, resistente — algo que o vídeo no nosso site mostra bem, com aqueles testes extremos que fariam qualquer um arregalar os olhos.
Eu estava lá quando o IA2 começou a ganhar forma, no início dos anos 2010. Lembro do burburinho nas unidades de Itajubá e Piquete, onde engenheiros e técnicos trabalhavam dia e noite. O lançamento oficial, em 2012, foi um momento de festa e tensão. O Exército precisava de um fuzil que aguentasse o calor do sertão, a umidade da Amazônia e até o sal do mar — e o IA2 entregou. Testes como os do vídeo, com o fuzil emergindo da água e disparando sem falhar, não eram só propaganda; eram a prova de que tínhamos acertado. O Centro de Avaliações do Exército, o CAEx, colocou ele à prova em condições que fariam qualquer arma estrangeira pedir arrego, e o IA2 passou com louvor.
Para mim, que vivi aqueles dias, o IA2 não era só um fuzil — era um grito de independência tecnológica. Enquanto outros países compravam de fora, nós criávamos o nosso, com calibre 5,56mm e 7,62mm, pensado para o terreno brasileiro. Lembro do Seu Carlos, um operário de Itajubá, me dizendo com um sorriso: “Esse aqui é nosso, feito com o suor da gente.” E era verdade. O lançamento trouxe esperança de que a IMBEL pudesse competir no mercado global, mas também reacendeu o debate sobre o quanto investimos na nossa indústria de defesa — um ponto que, como conservador, sempre me fez cobrar mais apoio ao que é nosso.
Hoje, vendo o vídeo na Reaction News, sinto um misto de saudade e satisfação. O IA2 já está nas mãos dos nossos soldados, defendendo o Brasil, e a IMBEL segue firme, mesmo com desafios. Representar essa empresa por mais de 10 anos me ensinou que material bélico não é só arma — é o coração de uma nação que não se curva. E o IA2? Foi o começo de um legado que, espero, nunca deixe de crescer.
Pena eu não puder comprar um fuzil desse para mim. O Brasil, deveria ter mais liberdades para compra de armas por cidadãos comuns, como ocorre nos EUA.
Afonso, agradeço seu comentário!
A posse e compra de armas por cidadãos comuns e policiais, especialmente modelos específicos de armamento, é um tema amplamente debatido no Brasil e no mundo. Cada país adota políticas distintas, levando em conta sua realidade social, histórica, jurídica e política.
No Brasil, a legislação sobre armamento busca equilibrar segurança pública e direitos individuais. Em 23 de outubro de 2005, foi realizado um referendo no qual os eleitores responderam à pergunta: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?” A maioria votou contra a proibição, com 63,94% dos votos para o “não” e 36,06% para o “sim”.
Apesar do resultado, o referendo não foi plenamente acatado, e a discussão sobre o direito ao porte e compra de armas continua relevante. A IMBEL, como indústria estratégica, desempenha um papel fundamental no fornecimento de equipamentos para as forças de segurança e defesa.
É sempre interessante acompanhar esse debate e considerar diferentes pontos de vista sobre o tema.