Autor: Jorge Aragão – 08 de novembro de 2014
1364 acessos – Publicado no Jornal “A Tribuna”

A reportagem publicada no jornal A Tribuna, na página 20, pela jornalista Elis Carvalho, aborda uma medida importante adotada pela Polícia Militar do Espírito Santo: a obrigatoriedade do Treinamento Físico Militar (TFM) e a aplicação dos Testes de Aptidão Física (TAF) para todos os policiais. A iniciativa visa melhorar o condicionamento físico dos PMs, preparando-os para as demandas diárias da profissão, como perseguir criminosos, pular muros e lidar com situações de alto risco.
No entanto, a matéria, embora relevante, limita-se ao aspecto físico da questão. Acreditamos que o tema merece uma abordagem mais ampla e aprofundada, considerando os desafios físicos, mentais e emocionais enfrentados pelos policiais, que têm uma das profissões mais estressantes e perigosas do mundo.
A Importância do Treinamento Físico:
O Programa de Treinamento Físico Militar (TFM) é, sem dúvida, um avanço significativo. Um policial em boa forma física está melhor preparado para enfrentar a criminalidade, que hoje é composta por indivíduos cada vez mais jovens, ágeis e dispostos a confrontar as forças de segurança. Além disso, o condicionamento físico ajuda a prevenir e corrigir problemas de saúde como diabetes, obesidade, dores na coluna e outras doenças que afastam policiais de suas funções, onerando o Estado com tratamentos caros e reduzindo o efetivo nas ruas.
Além do Físico: A Saúde Mental dos Policiais:
Embora o treinamento físico seja essencial, ele não é suficiente. Dados alarmantes apresentados em congressos de segurança pública revelam que muitos policiais são afastados por problemas de saúde mental, como estresse, depressão e síndrome de burnout. Essas condições, quando não tratadas, podem levar ao uso abusivo de álcool e drogas, como apontado em estudos disponíveis em fontes como a Associação Brasileira de Medicina de Família (ABAMF).
Investir na saúde mental dos policiais não é apenas uma questão de bem-estar individual, mas também de eficiência operacional. Profissionais tratados retornam mais rapidamente ao serviço ativo, evitando custos adicionais com contratações e treinamentos de novos agentes.
Cuidar de Quem Cuida da Sociedade:
Os policiais dedicam 24 horas do seu dia à proteção da sociedade. São os primeiros a serem chamados em situações de perigo e os últimos a receberem o reconhecimento que merecem. É fundamental que o Estado e a sociedade olhem para esses profissionais com zelo, atenção e carinho, oferecendo não apenas treinamento físico, mas também suporte psicológico, programas de prevenção ao estresse e políticas de valorização profissional.
Conclusão:
A iniciativa da Polícia Militar do Espírito Santo em implementar o TFM e o TAF é um passo importante, mas ainda há muito a ser feito. Precisamos avançar na discussão sobre a saúde integral dos policiais, investindo em programas que abordem tanto o físico quanto o mental. Afinal, cuidar daqueles que protegem a sociedade é garantir a segurança e o bem-estar de todos.

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