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Rubens Paiva: O Mito e a Realidade por Trás da Narrativa

Rubens Paiva: Entre a Política e a Guerrilha – A Verdade por Trás do Mito

Rubens Paiva: Entre a Política e a Guerrilha – A Verdade por Trás do Mito

A história recente do Brasil está repleta de figuras que foram elevadas ao status de mártires, muitas vezes sem que sua real trajetória seja amplamente debatida. Um desses casos é o de Rubens Paiva, ex-deputado do MDB, cuja vida e morte são frequentemente apresentadas sob uma ótica heróica. Mas quem foi, de fato, Rubens Paiva?

Sabemos que a tortura é um crime hediondo, uma prática covarde e inaceitável sob qualquer circunstância. Entretanto, isso não deve impedir a busca pela verdade histórica. O filme Ainda Estou Aqui trouxe novamente à mídia o caso Rubens Paiva, mas será que ele foi realmente um símbolo de resistência pacífica ou há uma história mais complexa por trás?

Rubens Paiva e sua Ligação com o PCB e a VPR

Diferente do que muitos imaginam, Rubens Paiva não era apenas um parlamentar opositor ao regime militar. Ele tinha forte ligação com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), que, na época, era financiado pela União Soviética via Montevidéu, no Uruguai – um dos principais paraísos fiscais para a movimentação de dinheiro clandestino na América do Sul【1】.

Embora Moscou tenha proibido o PCB de se envolver diretamente com a luta armada, diversas facções surgiram no Brasil com esse objetivo. Entre 1965 e 1973, 33 grupos guerrilheiros atuaram no país, promovendo atentados terroristas, sequestros de diplomatas e desvios de aviões para Cuba【2】.

Rubens Paiva não apenas tinha conhecimento dessas operações, como financiava um dos grupos mais violentos da época, a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), de Carlos Lamarca, responsável por explosões, assassinatos e ataques contra forças de segurança【3】.

O Sítio de Rubens Paiva e a Base da VPR em Juquitiba

Uma das bases da VPR ficava em um sítio de Rubens Paiva na região de Juquitiba (SP), um local estratégico, cercado por mata atlântica e próximo à BR-116 – ideal para operações clandestinas【4】. Quando as forças militares começaram a rastrear a atividade guerrilheira na região, Paiva pediu que Lamarca deixasse o local, temendo que o envolvimento com a luta armada chegasse até Moscou.

A tensão entre Paiva e Lamarca cresceu, já que a VPR estava sob vigilância e enfrentou confrontos diretos com a polícia, culminando na execução brutal do Tenente Alberto Mendes Júnior, da PM de São Paulo【5】.

Sequestros de Aviões e a Prisão de Rubens Paiva

Outro braço da VPR se especializou no sequestro de aviões, desviando voos para Cuba em troca da libertação de guerrilheiros presos【6】. O envolvimento de Paiva com a movimentação de recursos para o financiamento dessas ações chamou a atenção do Centro de Inteligência da Aeronáutica (CISA), que ordenou sua prisão.

Ele foi detido em sua casa e, como é amplamente documentado, foi torturado e desapareceu nas mãos das forças de segurança. Seu corpo nunca foi encontrado, o que representa um sofrimento imenso para sua família e um episódio lamentável na história do Brasil. No entanto, isso não anula sua participação direta no financiamento de grupos guerrilheiros que se utilizaram da violência e do terrorismo para tentar impor um regime comunista no Brasil.

A Verdade Sobre a História

A narrativa construída em torno de Rubens Paiva tenta retratá-lo como um Tiradentes moderno, um defensor da democracia, mas omite sua participação ativa no financiamento de uma organização criminosa. A verdade histórica não pode ser seletiva.

Se a VPR e outros grupos revolucionários tivessem vencido, o Brasil teria seguido o modelo de Cuba ou da China de Mao, onde a supressão de direitos individuais e as execuções políticas se tornaram rotina【7】.

Tão hedionda quanto a tortura é a falsificação da história. Criar mártires sem apresentar todos os fatos é manipular a memória coletiva em favor de uma narrativa ideológica perigosa.


Fontes

  1. Arquivo Nacional – Documentos sobre o financiamento soviético ao PCB: www.arquivonacional.gov.br
  2. Relatório da Comissão Nacional da Verdade sobre a luta armada no Brasil: www.cnv.gov.br
  3. Acervo Folha de S. Paulo – Reportagens sobre a VPR e Carlos Lamarca: www.folha.uol.com.br/acervo
  4. Documentos do Exército sobre a guerrilha em Juquitiba: www.eb.mil.br
  5. Relato do crime contra o Tenente Alberto Mendes Júnior – Diário Oficial: www.imprensaoficial.com.br
  6. Lista de sequestros de aviões durante a ditadura militar – O Globo: www.oglobo.com.br
  7. Relatórios sobre regimes comunistas e suas consequências – Instituto Mises Brasil: www.mises.org.br